No quinto painel do Brasil Investment Forum (BIF) 2021, especialistas apresentaram as oportunidades e o cenário brasileiro atual para investimentos em infraestrutura, setor que conta com ampla margem para expansão
A infraestrutura é um fator fundamental para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil. E o setor foi tema específico do quinto painel do BIF (Fórum de Investimentos Brasil, em português) 2021, maior evento de atração de investimentos estrangeiros da América Latina. A ideia foi debater oportunidades que se abrem para investidores, mesmo em um contexto de pandemia. Isso porque, mesmo em tempos atípicos, por conta da pandemia da Covid-19, as possibilidades de investimentos no Brasil continuam emergindo. O fato se deve, em especial, ao fortalecimento da economia nos últimos anos e a recentes medidas adotadas pelo governo brasileiro.
Até o momento, o Conselho do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) do Ministério da Economia já entregou mais de 200 projetos com ativos dos mais variados, numa ordem de investimentos de US$ 132 bilhões. Para 2021, espera-se a apresentação de 129 ativos à iniciativa privada, com estimativa de investimentos acima de US$ 76 bilhões.
A agenda de desestatização do Governo Federal, somada ao conjunto de atividades relacionadas à infraestrutura, conta com grande margem para expansão – capaz de impactar diretamente a cadeia produtiva brasileira. O debate sobre o assunto foi promovido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pelo Governo Federal, organizadores do Brasil Investment Forum (BIF). Esta é a quarta edição do evento e a primeira delas que ocorre de maneira totalmente online.
Infraestrutura como terreno para investimentos
A infraestrutura envolve segmentos como ferrovias, rodovias, portos, aeroportos, saneamento e telecomunicações, entre outros. No painel “Infraestrutura: Oportunidades setoriais e regionais para o investimento estrangeiro”, os especialistas indicaram de que forma o setor é terreno fértil para novas oportunidades ao país. “Temos papel protagonista no que chamamos de investimentos em governança, sustentabilidade e energia limpa”, apontou a moderadora do painel e Secretária de Fomento, Planejamento e Parcerias do Ministério da Infraestrutura, Natália Marcassa.
O Ministro das Comunicações, Fabio Faria, salientou que o Brasil tem amplas oportunidades de investimentos no setor. “Temos uma audiência, público de alto nível. É interessante para as nossas infraestruturas. Nunca paramos de trabalhar duro para entregarmos privatizações e concessões, para manter a economia sustentável e atraente para o setor privado”.
Faria apontou também que a pasta trabalha para solucionar a oferta de conectividade à população, destacando o 5G. “É um desafio preencher o hiato de comunicação, ao mesmo tempo que vem surgindo o 5G. O 4G foi fundamental, mas o 5G é projetado para a indústria, para fazer a conexão da cadeia de suprimentos e aumentar a produtividade”, explicou, complementando que foi prevista uma mudança total no sistema de comunicações do Brasil. “Teremos o benefício de um novo ambiente regulatório, tornando tudo mais previsível e com segurança jurídica”, concluiu o ministro.
A Secretária Especial da Secretaria do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Martha Seillier, abordou a importância das desestatizações e privatizações. “O PPI é um programa federal que facilita a vinda de investimentos privados essencialmente para a infraestrutura, mas também no sentido de uma maior abertura de mercados e uma agenda importante de privatizações de companhias, que é esse trabalho importante de desestatizações, que se confunde com o PPI”.
De acordo com Seiller, o Brasil mantém diálogo intenso e diário com investidores que estão no país e que pretendem investir por aqui. “A gente pode falar com muito orgulho que o Brasil hoje tem, provavelmente, a maior quantidade de ativos a serem ofertados à iniciativa privada, nos mais diferentes setores, como concessões rodoviárias, projetos ferroviários, aeroportuários, projetos na área de energia, leilões no setor de mineração, PPPs de creches, de hospitais, de iluminação pública, de presídios e de telecomunicações, como o leilão de 5G”, apontou.
Para o CEO do BID Invest, James Scriven, reformas são necessárias para o crescimento industrial. “Para a indústria crescer, são necessárias reformas voltadas às mudanças globais e a criar uma economia mais inclusiva. No caso do Brasil, a sua localização é competitiva e há um grande potencial para investimento em infraestrutura”, afirmou Scriven.
Os investimentos em infraestrutura são a base para um futuro de desenvolvimento do país. Sobre isso, os tempos que estão por vir, o Vice-Presidente do Setor Privado do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), Jorge Arbache, destacou: “O futuro no século XXI é extremamente desafiador, porque as tecnologias e as inovações vêm assumindo condição extremamente determinante para a produtividade e a competitividade das empresas e dos países. E um deles é toda a parte de economia digital: ela é absolutamente central, quer seja como insumo para o consumo das famílias, quer seja como instrumento crítico e vital para as cadeias de valor, para viabilizar a produtividade e a competitividade”.
Sobre o BIF
O segundo dia do Brasil Investment Forum (BIF) 2021 oferece quatro paineis com debates qualificados sobre assuntos estratégicos para o país. Além de infraestrutura, foram realizadas mesas sobre inovação, agribusiness e agenda regulatória. Para acompanhar as publicações relacionadas ao BIF, acesse o site www.brasilinvestmentforum.com.