No último dia do Brasil Investment Forum (BIF) 2021, foi comemorada a sanção do marco legal das startups
As perspectivas de crescimento do mercado e a comemoração antecipada da sanção do marco legal das startups, prevista para este mês, deram o tom do painel “Inovação: Startups e Unicórnios: oportunidades de investimento em mobilidade, finanças, saúde e segurança”, ocorrido nesta terça-feira (01/06) como parte do Brasil Investment Forum (BIF) 2021, evento organizado pela Apex-Brasil, pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento e pelo Governo Federal.
Sobre o marco legal, o Secretário de Empreendedorismo e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Paulo Alvim, destacou que é um avanço muito significativo, por ser uma construção coletiva que envolveu mais de 70 instituições públicas e privadas, nos últimos quatro anos. “Startup é o modelo de negócio do século 21. Um grande avanço que conseguimos é criar condições legais, ambientes de negócios favoráveis para as startups surgirem e se desenvolverem”, salientou Alvim.
Com participação de empresas privadas, o evento contou com a moderação do chefe de Gabinete da Presidência da Apex-Brasil, Igor Brandão, que classificou como sensacional a dinâmica do mercado brasileiro nesse segmento. Brandão citou o crescimento das startups no Brasil, que triplicaram nos últimos cinco anos. “Passamos de 4 mil, em média, para 14 mil, este ano”. Em relação aos unicórnios, ele destacou que 18 foram mapeados e outros 12 devem surgir nos próximos relatórios.
Soluções para o futuro
Ao falar sobre perspectivas para o futuro, o Managing Partner da Redpoint eVentures, Anderson Thees, se disse otimista em relação ao segmento, e lembrou que a indústria de inovação é sazonal e cíclica. “Aprendemos, com o tempo, que a maioria das grandes empresas e dos casos de sucesso são criados durante e imediatamente após grandes crises. A atual crise é global, sem precedentes. Temos clareza de que a solução vai ser digital. Poucas vezes teremos um momento tão óbvio para começar grandes empresas”, enfatizou Thees.
A CEO do BID Lab (laboratório de inovação do BID), Irene Arias, defendeu que as soluções do futuro precisam ser pensadas tendo em mente sistemas interoperacionais e redes de segurança. Ela também defendeu a necessidade do uso responsável de dados na Inteligência Artificial e convidou empreendedores a entrar em contato com a instituição que representa. Arias fez também um alerta: “Essa emergência digital precisa ser muito deliberada para dar espaço a modelos corretos, senão teremos problemas na sociedade”.
O presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, Sidney Klajner, citou a necessidade de se “criar uma condição adequada, tanto regulatória quanto atrativa, para que o país conquiste, cada vez mais, os investidores”. Klajner afirmou, ainda, que é necessária uma transformação digital na sociedade, e citou exemplos de projetos de telemedicina que permitiram atendimento médico a comunidades indígenas e de regiões distantes dos grandes centros urbanos, além de visitas virtuais de médicos especialistas a UTIs de hospitais com deficiência de atendimento especializado. E concluiu: “O 5G é uma oportunidade gigante para o uso da tecnologia”.
Já o vice-presidente de Tecnologia do Grupo Dasa, Danilo Zimmermann, afirmou que a pandemia veio para acelerar e ratificar soluções, além de demonstrar que quem tiver a melhor tecnologia – turbinada com dados, machine learning e especialistas –, caminha para realmente levar a uma melhor experiência. “É hora de começar novos projetos. Se ainda tem projetos dormindo, é hora de acelerar. Nós, aqui, vamos continuar investindo em transformação digital e inovação”, assegurou Zimmermann.
Marco legal das startups A votação do Projeto de Lei Complementar 146/19 foi concluída pelo Senado em 11 de maio, e ele encaminhado para a sanção presidencial, prevista para este mês. De acordo com o projeto, poderão ser classificadas como startups as empresas e sociedades cooperativas atuantes na inovação aplicada a produtos, serviços ou modelos de negócios; e que tenham receita bruta de até R$ 16 milhões no ano anterior e até 10 anos de inscrição no CNPJ.